terça-feira, 19 de maio de 2009

Preocupada com a indisciplina

Preocupada com a indisciplina na nossa turma localizei este texto que traz algumas dicas, algumas já estavámos realizando, mas, de maneira geral, a autora parece em poucas palavras descrever as emoções que estamos vivenciando nesses dias.
A indisciplina é um fenômeno complexo, pois acontece em vários níveis de intensidade e pode ser decorrente de vários fatores de ordem social, escolar, familiar e/ou pessoal.
A escola é um espaço dinâmico, que abarca a sociedade na qual está inserida. Por assim ser, o que acontece na sala de aula, geralmente, é reflexo do que acontece em casa, das relações na sociedade, enfim, do meio que a rodeia.
A crise de valores, as desigualdades sociais e econômicas, a fragilidade das relações familiares também contribuem para isso.
Para agir em uma turma indisciplinada, geralmente, as ações realizadas trazem resultados à longo prazo, porém algumas atitudes como o estabelecimento de regras contribuem para amenizar a situação. É difícil chegar à uma conclusão sobre o assunto, até porque este é extremamente vasto. Seria muito bom se durante a nossa graduação discutissémos problemáticas tão presentes nas escolas brasileiras.
Bem, vamos ao texto.

Turmas indisciplinadas

" O sino do “bendito” intervalo soou mais uma vez aos ouvidos dos alunos e professores. Se reproduzissem o som dos pensamentos de todos, seria um grito aliviador: finalmente! Os estudantes vão para o pátio e os professores para a sala reservada, onde tudo começa! As reclamações sobre indisciplina não são mais comuns, são rotineiras. Os educadores sentam e desabafam mutuamente: fazem observações desalentadoras sobre o aluno que fala o tempo todo, do que acha que a combinação mesa e cadeira é a própria cama, do que só faz palhaçada, do que ri o tempo inteiro, do que finge que está lendo, do que joga papel, do que esqueceu o livro de novo, dentre muitos outros estereótipos!E o sino bate para a temida volta à sala! Mais uma vez, se fosse possível ouvir os pensamentos, poderíamos escutar coisas do tipo: Ah, não...., Já bateu o sino?, Ai, eu quero embora..., Agora é aquela aula chata..., Não aguento mais tanto barulho, Se não tem outro jeito...., Agora tenho que ir para aquela turma bagunçada, e outros mais.
É verdade... é muito ruim chegar em uma sala desorganizada, onde não há respeito!E após várias experiências, nós, professores, temos que reavaliar nossa didática e a forma com que temos conduzido nosso cotidiano profissional. Afinal, pode chegar o dia em que o despertador irá tocar e ficaremos deitados por exaustão de pensar em mais um dia de trabalho em uma sala que só nos desgasta fisicamente e emocionalmente. Como vencer isso? Não há uma fórmula, mas é muito provável que se a indisciplina na sala pretende ficar até o final do ano, medidas precisam ser tomadas pela direção, pela coordenação, mas principalmente, pelo professor, pois ele é a autoridade em sala de aula.


O primeiro passo é esse: nós mesmos reconhecermos que somos autoridades dentro de sala (porém, não vamos confundir autoridade com autoritarismo). Logo, temos que nos impor como tal, a fim de estabelecermos regras próprias para que haja bom convívio. Dessa forma, se fizer uma promessa para a turma, cumpra, pois isso passa segurança e confiança aos alunos. Se errar alguma nota ou em uma atitude, assuma e peça desculpas em público, o que demonstra honestidade, humildade e sabedoria, qualidades admiráveis. Seja amigável e informal, mas dentro de um limite em que o aluno ainda saiba que você é primeiramente professor dele e não amigo. Converse com os alunos abertamente e pergunte se está claro o que está sendo explicado. Se observar que os alunos estão desatentos ou que não entenderam, chame a atenção deles e explique de outra forma e note se surgiu efeito.


É importante que o educador esteja pensando na sua didática e procure diversificar as aulas com o intuito de melhorar o rendimento da turma e deixar as aulas mais prazerosas e menos cansativas para ambos. E mais um ponto fundamental: a turma segue os exemplos que nós damos, então, devemos medir cada ação tomada, a qual não pode ser bruta demais (Saia da sala!), nem temperamental ao extremo (Tudo bem, mas não faça mais isso!). É importante que os alunos reconheçam aos poucos a forma como o educador conduz sua aula, ou seja, qual a metodologia de ensino imposta.

Caso a turma não o faça, é sinal de que está na hora do professor pensar numa outra forma de lidar com determinada turma e a partir desse fato criar novos métodos de ensino, adotar um caderno de anotações, aplicar outros tipos de avaliações (inclusive de si mesmo), adotar uma diferente forma de passar o conteúdo, e assim por diante".



Por Sabrina Vilarinho

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pensamentos sobre a vivência do estágio - 1ª semana.

O estágio de regência começou.

Observamos a sala anteriormente, tivemos o primeiro contato com os alunos, refletimos e planejamos o nosso projeto de intervenções.

Na segunda - feira a turma parecia outra. Nós, que haviamos estabelecido como problemática principal a dificuldade de leitura, percebemos que esta é apenas uma entre as diversas existentes na escola: baixa auto-estima, violência, desinteresse, falta de participação dos pais, etc.

Não consigo compreender que rumo tomar nesse período. Talvez por perceber a minha impotência frente ao sistema. É! É esse o sentimento. Sinto-me impotente.

Porque as dificuldades na leitura das palavras é simples frente ao real problema: os alunos não conseguem ler seu papel enquanto sujeito no mundo. Sujeito que constrói e reconstrói e por assim ser, transforma o meio em que vivem. Estão acostumados a copiar. Não acreditam na capacidade que tem e não valorizam suas produções.

As crianças não possuem auto-estima. E para se afirmarem, recorrem à violência física e verbal, entre si. Visualizo nos olhos de meus alunos um "brilho apagado", de quem queria que sua vida fosse diferente. Mentes brilhantes! Entretanto, não encontram oportunidades de fazer fulgir suas potencialidades e habilidades.



A escola não seria um dos ambientes promovedores disso? É claro que sim. Porém, ela mesma não possui brilho. Funcionários desmotivados, professores desiludidos e, também, profissionais que lutam, mas não conseguem sair do lugar.

Percebo "um monte" de incoerências no âmbito da educação. Criticamos tanto a fragmentação dos saberes e lidamos com a realidade em seus aspectos separados, como a vida fosse um todo, com suas partes separadas sem correlação.

Em meus pensamentos fico a me colocar no lugar da direção, no lugar da coordenação, no lugar dos pais, no lugar dos funcionários, no lugar das crianças, no lugar da sociedade. O que eu faria? Qual o meu posicionamento?

Aí está a raiz dos males. Falta uma ligação entre todos esses elementos. Deve-se haver uma relação empática, solidária e holística.

Edgar Morin, em seu livro Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, diz-nos que a educação do futuro deve levar em conta que as partes constituintes do todo, mesmo sendo diferentes são inseparáveis. Assim, deve acontecer o conhecimento capaz de apreender os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto, visando que o aluno compreenda seu papel enquanto indivíduo, enquanto sociedade e enquanto espécie.

É necessário que cada docente deixe de refletir individualmente e divida seus dilemas e suas dificuldades com toda a escola. E, mais do que isso, vá à ação. É preciso parar de ficar só tecendo discursos e ir para a mudança através da ação.

Em nossa formação acadêmica isso é extremamente necessário. Durante oito semestres ficamos em nossa cadeira nos servindo de teoria para criticar o profissional da escola pública de uma região periférica. Criticamos sua dificuldade de elaborar pensamentos embasados teoricamente, sua metodologia tradicional, sua prática incoerente. Nos estágios do curso vem o impacto. Percebemos o que está atrás dessas ações. Não é que eu esteja defendendo essa maneira de ser. Mas, apenas percebi que muitos desses professores, são profissionais frustados, que um dia também idealizaram uma prática diferente, porém cansaram de tanto lutar contra a maré.

Para mim, a maior dificuldade é o fato dos alunos não quererem aprender. Ludicidade, propostas interacionistas parecem não estar dando certo. Às vezes o que resolve é o reforço negativo e positivo. Parece que nada dá certo.
Estou refletindo e penso em algumas ações que possam mudar algumas coisas. A segunda semana de estágio começou e nela vamos realizar algumas propostas diferentes. Espero que tudo dê certo para todos nós, afinal esse é um desabafo de todos os meus colegas. Está sendo difícil, mas anseio que através de tudo isso eu possa superar minhas limitações e enxegar formas de solucionar, ou pelo menos, amenizar as problemáticas que são refletidas no espaço educacional; ficar estagnado do jeito que está é que não dá para ficar.



quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ser estagiária...

No período do estágio de observação o estagiário busca compreender as implicações existentes na dinâmica escolar. Essa compreensão é que vai possibilitar diagnósticar os aspectos a serem trabalhados. Convém salientar que o objetivo do estágio de regência não é o de sanar todas as dificuldades, pois muitas são as problemáticas e estas são oriundas de um processo histórico, o que demanda uma nova postura durante todo o ano letivo.
Qual seria então a função do estagiário?
O estagiário, na minha opinião, deve após a observação estudar meios de intervenção, o que pede uma constante correlação entre a teoria e a prática. Esses dois elementos não podem ser vistos dissociados.
Quando o estagiário atua dentro dessa perspectiva, ele serve de luz para a escola enxergar seus problemas e possíveis meios de mudança. Pois, o estagiário é aquele que sonha, que corre atrás, que vê meios de mudança para aquilo que já é considerado caso encerrado.
O ruim é que, geralmente, quando nos tornamos um profissional da área, nos esquecemos desse período tão complexo e ao mesmo tempo tão rico. Esquecemo-nos da necessidade de sonhar, de lutar, de realizar uma prática reflexiva e diferenciada. As afrontas constantes do sistema nos fazem ficar frustados. O jogo de forças entre o sistema e o professor que quer transgredir nos faz estagnar.
As vivências nos estágios, durante o curso de Pedagogia, me fizeram refletir, que ao nos tornamos profissionais não devemos deixar nunca o estagiário que já fomos, de lado.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Estágio de observação: o primeiro contato com a dinâmica escolar


O estágio de observação é um momento de percepção da dinâmica escolar: as relações interpessoais, o momento de entrada e de saída, o recreio, a organização do pátio. Isso permite ao estagiário refletir sobre a prática na sala de aula, pois esta não pode ser vista dissociada do contexto em que esta inserida.

Nesse sentido, o estagiário é um pesquisador. Pesquisador este que, enquanto pesquisa, também aprende, porque estágio são os estudos práticos que levam à aprendizagem. É um ponto convergente entre a teoria e a prática.

Durante nossas observações, podemos sentir a escola, seus pontos positivos e pontos negativos. A turma que iremos trabalhar é ótima. O nosso desafio é trabalhar com algumas crianças que apesar de estarem no 5º ano, não são alfabetizadas. Mas, isso não é motivo de desânimo. Ao contrário, será um momento de revermos os nossos estudos e trilhar intervenções que possam culminar num avanço significativo para nós e, principalmente, para as crianças.


Tenho plena convicção de que não poderemos resolver todos os problemas, até porque o tempo de regência é curto. Entretanto, as oportunidades que teremos para estarmos trabalhando juntos serão todas aproveitadas ao máximo.

terça-feira, 31 de março de 2009

O AMOR É CONTAGIOSO!!!!!














O Amor não deve ser entendido apenas como um sentimento, mas como um instrumento, diria que mágico, que transforma, dá vida e sentido a tudo que toca.

No filme O Amor é Contagioso, Patch Adams, um estudante de medicina, descobre como melhor tratamento, o que tem por princípio e por principal remédio o amor. Nos hospitais é notória a relação fria do médico com o paciente. Este é visto apenas como um caso e não como pessoa. O médico, com seu jaleco, é visto como ser superior, único capaz de fazer um diagnóstico preciso e receitar as doses certas de um remédio.

Patch Adams é um exemplo de um indivíduo transgressor. Ser que é tão necessário atualmente, pois ao transgredir, o faz por saber olhar criticamente, ao passo que, atua para transformar a realidade posta e estagnada.

Uma das críticas de Patch é em relação à dicotomia teoria e a prática, tão criticada na universidade, mas ainda existente por força de um currículo estabelecido e dos profissionais que o seguem à risca. Se o saber nasce da prática, isto é, por meio das observações, das experiências, dos fatos e fenômenos, se a teoria é um pensar sobre a prática, porque trata-los dicotomizados na academia?

No filme, é mostrado que os estudantes de medicina têm contato com a prática somente a partir do 3º semestre. Nós, do curso de Pedagogia, apenas no 7º e no 8º semestre. Isso provoca no recém graduado um despreparo frente às situações decorridas da prática, o que ocasiona um serviço de baixa qualidade. Sobretudo no curso de pedagogia, enfatiza-se mais aspectos estruturais e históricos da Educação, em detrimento dos conteúdos específicos das disciplinas e dos aspectos didáticos do trabalho docente.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas para a Revista Nova Escola revela que no currículo dos cursos de pedagogia apenas 28% das disciplinas abordam o “quê” e “como” ensinar, além disso, que nas disciplinas de estágio, os estudantes apenas observam algumas aulas nas escolas, sem possuir orientações adequadas e conhecimentos sobre as didáticas específicas. Esses problemas desencadeiam a formação de um profissional inseguro que certamente irá se frustrar ou irá realizar suas ações num pacto de mediocridade, pois a escola que encontrou não foi mostrada na universidade.

O filme nos faz refletir sobre essas questões que são tão partes do nosso contexto. Num momento de crise financeira e principalmente de valores é perceptível o ser humano cada vez mais sujeito às doenças psicossomáticas. Novos tratamentos emergem, poderosos medicamentos são criados, técnicas inovadoras surgem na tentativa de se combate-las. Contudo, o homem se esquece de um poderoso aliado, de perfeita qualidade e sem custos: o amor ao próximo. Amor que se doa, que compreende, que luta, que é solidário.

Na educação, é bem, mais que necessário. O amor humilde não nos faz querer ser superior ao aluno só porque estamos na posição de professor, mas permite que o educando avance, mesmo que para isso, se faça essencial sacrificar-se. O amor compreensivo pode nos auxiliar ao invés de termos uma atitude de prepotência frente aos alunos considerados problemáticos.

Um toque, um sorriso, um cumprimento, mostrar-se interessado pela vida do aluno e por seus sonhos, são atitudes estimuladas pelo filme no âmbito da educação,mais especificamente, que fazem com que uma escola e quem estar perto dela se transforme por completo, porque o amor é contagioso!!!

O melhor do filme é saber que ele retrata um fato real e contemporâneo. Um exemplo de solidariedade, voluntariado e amor, que não podemos deixar de seguir.


(Ler sinopse, clique aqui)

MINHA HISTÓRIA

Infância é um dos períodos mais gostosos de nossa vida. É quando tudo começa a ser descoberto... O mundo parece tão grande e a gente tão pequenino!!! Existem coisas que nem compreendemos, mas tudo se torna feliz quando nos rodeiam de carinho. Lembrar, então, das brincadeiras, dos colegas, das travessuras (rsrsrs)..., da primeira escola, das primeiras professoras, dos colegas, nos faz sentir saudades. Quando lembro de minha infância, aparece de repente um misto de elementos e sensações: gostos, cheiros, sentimentos, músicas, lugares, pessoas...
Nasci em 13 de dezembro de 1987, na cidade de Jaguaquara – BA. Sou a primogênita de meus pais. Para mim eles foram (e são) pessoas fundamentais para a construção do meu eu. Apesar de estarem sempre ocupados nos trabalhos que faziam nunca me faltou o amor e o aconchego.
Com dois anos de idade, minha família e eu mudamos para a cidade de Apuarema – BA, onde resido até hoje. Recordo que, aqui, cursei o maternal numa escolinha particular que funcionava na garagem da casa das professoras. Segundo minha mãe eu era muito tímida, brincava na hora certa e só queria levar a lancheira cheia de merenda (rsrsrs).
As atividades, nesse período, eram de colagem, coordenação motora, traçar números e letras pontilhadas, dentre outras. As professoras trabalhavam muito com músicas, com brincadeiras orientadas, atividades coletivas, brinquedos de encaixe, etc.
Aos quatro anos, fui para o pré-escolar em uma outra escolinha particular. De acordo com minha mãe, nessa escolinha, a docente trabalhava muito com datas temáticas: páscoa, dia do soldado, natal. Nessa época, começava a haver em minha cidade a divulgação do construtivismo e as professoras tinham dificuldades em trabalhá-lo. Assim, quando alguma diretora de qualquer escola ia para palestras sobre essa temática, ao chegar se reunia com as docentes para relatar o que aprendeu. Com isso, as atividades iam mudando também. No ano seguinte, já com cinco anos, cursei a alfa, numa escola pública.
Nesse período eu estava começando a ler pequenas frases, escrevia meu nome completo, dentre outras atividades. Posso dizer que fui alfabetizada no método fônico - que segundo Ribeiro (2006) consiste em ensinar a leitura a partir do som da letra, passando pela representação gráfica, sílaba e, enfim palavra-frase – mas já começava a ter influencia construtivista.
A minha cidade tinha pouco tempo de emancipada, assim tinha pouca estrutura. Poucos eram os eventos de letramento, ou seja, as “situações em que a escrita constitui parte essencial para fazer sentido da situação, tanto em relação à interação entre os participantes como em relação aos processos e estratégias interpretativas” (KLEIMAN, 1995, p. 40).
Os eventos de letramento são consolidados por meio de diversos portadores de texto, como receitas, bulas, placas, cartazes, outdoors, livros, revistas, etc. Isso é característico das grandes cidades, mas em municípios em desenvolvimento são pouco ou raríssimos, mas existem, pois como afirma Terzi (apud KLEIMAN, 1995, p. 94) “todos os grupos sociais têm práticas de base cultural que dão origem a habilidades específicas em suas crianças”. Esse fato, mais tarde, já na universidade, transformou-se em uma problemática para mim: quais os fatores existentes em meu município que auxiliam no processo de aprendizagem da criança? Tal questionamento transformou-se em minha monografia.
É importante também a influência da família, que pode se dá através da leitura de historinhas e possibilitar o contato com os diversos portadores de texto. Mesmo sem saber disso, minha mãe me dava muitos livros de historinhas, mas pouco era tempo para lê-las para mim. Como eu não sabia ler, abria o livro, observava as gravuras, imaginava a história e fingia que lia as palavras, criando a minha própria história. Isso eu adorava fazer. Amava quando a professora mandava para casa uma atividade de criação de história, onde eu falava e minha mãe tinha que escrever. Quando meus pais tinham tempo para mim e meu irmão, era muito prazeroso e lúdico, pois eles conversavam muito com agente, contavam historinhas da vida deles, outras inventadas, outras da bíblia, desenhávamos juntos, etc.
Minha maior felicidade foi quando comecei a ler as primeiras palavras. Saia na rua com meus pais e sai lendo tudo que tinha na minha frente: Padaria do Elias, Box Casal 20, Grupo Escolar Dr. Vasco Filho... Pronto! O mundo estava diante dos meus olhos e eu já podia começar a desvendá-lo.
Aqui em Apuarema, sempre foi precário o acesso a recursos didáticos e aos elementos de pesquisa. Assim, no Ensino Fundamental I e II, as únicas novidades aconteciam quando recebíamos um novo livro didático. Mas, de certa forma, isso me incentivou a nunca me contentar com o pouco que tinha e buscava de todas as formas pesquisar mais.
No final do Ensino Médio, tive que refletir s obre o que eu queria fazer a partir de então. É muito difícil com dezesseis anos escolher o que você quer ser, o que inicialmente parece ser para a sua vida. Odontologia? Pedagogia? Biologia???? O mundo contemporâneo coloca-nos essas questões constantemente. Agente nem tem tempo para ser criança e/ou adolescente.
Após algumas reflexões percebi que não tinha aptidão para a área de saúde nem ciências biológicas. Então, depois de ser orientada por algumas professoras e decidi prestar vestibular para pedagogia. Mas, no fundo a maior influência foi aquela que veio da infância e a da adolescência, quando acompanhava a minha mãe na sala de aula e mais tarde na direção. Aprendi de tudo, um pouco, mas principalmente que a educação é um campo fascinante, dialético, complexo, desafiante e gratificante ao mesmo tempo.