O Amor não deve ser entendido apenas como um sentimento, mas como um instrumento, diria que mágico, que transforma, dá vida e sentido a tudo que toca.
No filme O Amor é Contagioso, Patch Adams, um estudante de medicina, descobre como melhor tratamento, o que tem por princípio e por principal remédio o amor. Nos hospitais é notória a relação fria do médico com o paciente. Este é visto apenas como um caso e não como pessoa. O médico, com seu jaleco, é visto como ser superior, único capaz de fazer um diagnóstico preciso e receitar as doses certas de um remédio.
Patch Adams é um exemplo de um indivíduo transgressor. Ser que é tão necessário atualmente, pois ao transgredir, o faz por saber olhar criticamente, ao passo que, atua para transformar a realidade posta e estagnada.
Uma das críticas de Patch é em relação à dicotomia teoria e a prática, tão criticada na universidade, mas ainda existente por força de um currículo estabelecido e dos profissionais que o seguem à risca. Se o saber nasce da prática, isto é, por meio das observações, das experiências, dos fatos e fenômenos, se a teoria é um pensar sobre a prática, porque trata-los dicotomizados na academia?
No filme, é mostrado que os estudantes de medicina têm contato com a prática somente a partir do 3º semestre. Nós, do curso de Pedagogia, apenas no 7º e no 8º semestre. Isso provoca no recém graduado um despreparo frente às situações decorridas da prática, o que ocasiona um serviço de baixa qualidade. Sobretudo no curso de pedagogia, enfatiza-se mais aspectos estruturais e históricos da Educação, em detrimento dos conteúdos específicos das disciplinas e dos aspectos didáticos do trabalho docente.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas para a Revista Nova Escola revela que no currículo dos cursos de pedagogia apenas 28% das disciplinas abordam o “quê” e “como” ensinar, além disso, que nas disciplinas de estágio, os estudantes apenas observam algumas aulas nas escolas, sem possuir orientações adequadas e conhecimentos sobre as didáticas específicas. Esses problemas desencadeiam a formação de um profissional inseguro que certamente irá se frustrar ou irá realizar suas ações num pacto de mediocridade, pois a escola que encontrou não foi mostrada na universidade.
O filme nos faz refletir sobre essas questões que são tão partes do nosso contexto. Num momento de crise financeira e principalmente de valores é perceptível o ser humano cada vez mais sujeito às doenças psicossomáticas. Novos tratamentos emergem, poderosos medicamentos são criados, técnicas inovadoras surgem na tentativa de se combate-las. Contudo, o homem se esquece de um poderoso aliado, de perfeita qualidade e sem custos: o amor ao próximo. Amor que se doa, que compreende, que luta, que é solidário.
Na educação, é bem, mais que necessário. O amor humilde não nos faz querer ser superior ao aluno só porque estamos na posição de professor, mas permite que o educando avance, mesmo que para isso, se faça essencial sacrificar-se. O amor compreensivo pode nos auxiliar ao invés de termos uma atitude de prepotência frente aos alunos considerados problemáticos.
Um toque, um sorriso, um cumprimento, mostrar-se interessado pela vida do aluno e por seus sonhos, são atitudes estimuladas pelo filme no âmbito da educação,mais especificamente, que fazem com que uma escola e quem estar perto dela se transforme por completo, porque o amor é contagioso!!!
O melhor do filme é saber que ele retrata um fato real e contemporâneo. Um exemplo de solidariedade, voluntariado e amor, que não podemos deixar de seguir.
(Ler sinopse, clique aqui)